“O vinho, a mais gentil das bebidas, devido quer a Noé, que plantou a vinha, quer a Baco, que espremeu o sumo de uva, data da infância do mundo.”
Brillart-Savarin
[...]
No século XVII, inicia-se o uso de garrafas e de rolhas de cortiça para a conservação e transporte do vinho, iniciando-se assim a indústria do vinho.
Com a Revolução Industrial, no século XVIII, o vinho perdeu muita qualidade. Passou a ser fabricado com técnicas menos rústicas, de forma a possibilitar a sua produção em massa e diminuir o seu valor monetário. Apesar de se ter tentado preservar as antigas tradições nalgumas regiões do interior de França, em Itália e na Alemanha, a produção vinícola sofreu alterações irremediáveis, de forma a adaptar-se ao mundo industrializado.
A segunda metade do século XIX foi bastante conturbada, sendo um marco trágico na história da vitivinicultura. Se não tivesse sido descoberta a técnica de enxerto de videiras, hoje poderíamos não ter o privilégio e o prazer de degustar o nosso estimado néctar e honrar o nosso divino Dioniso. O surgimento de uma praga provocada por um insecto (Phylloxera vastatrix), cuja larva ataca as raízes, destruiu quase a totalidade dos vinhedos da Europa. Esta larva alastrou-se pelas vinhas europeias, devido a videiras americanas trazidas para a Europa que estavam contaminadas. A salvação foi, precisamente, a resistência das raízes das videiras americanas ao insecto, o que permitiu serem usadas para enxertar as vinhas europeias.
Por outro lado, a segunda metade do século XIX ficou também marcada pela descoberta da fermentação e consequente vinificação das uvas, pelo cientista francês Louis Pasteur (1822-1895), publicadas na sua obra Études sur le Vin: a acção das leveduras sobre o açúcar da uva transforma-o em álcool e gás carbónico, e transforma o sumo da uva
Resta-nos esperar que os vinhos dos séculos vindouros melhorem ou, pelo menos, mantenham o mesmo nível de qualidade sem perder o charme dos grandes vinhos do século XX.
E, assim, chegámos à última parte da série de publicações sobre a História do Vinho. Espero que as tenham degustado...Saudações dionisíacas e ATMeenses*