segunda-feira, 30 de julho de 2007

História do Vinho - Parte III

Caros ATMeenses,


“O vinho, a mais gentil das bebidas, devido quer a Noé, que plantou a vinha, quer a Baco, que espremeu o sumo de uva, data da infância do mundo.”

Brillart-Savarin

[...]
O cultivo da videira expandiu-se e começou a ser também praticado por outra grande civilização - Civilização Romana -, que mais tarde se transformou no Império Romano. Todavia, os etruscos que habitavam a região norte da península itálica já produziam vinho e comercializavam-no. Mas não se sabe ao certo donde trouxeram as videiras. Estas seriam ou das suas terras de origem (provavelmente Ásia Menor ou Fenícia) ou então seriam mesmo videiras da Itália, onde já as havia desde a pré-história.

Os romanos levavam o vinho quase como uma “demarcação de território”, uma forma de impor os seus costumes e a sua cultura nas áreas que conquistavam. Dessa forma, o vinho tornou-se na bebida dos legionários, dos gladiadores e das tabernas. Através dos romanos, as vinhas chegaram à Grã-Bretanha, à Germânia e, por fim, à Gália, mais tarde, França – o lar do vinho.

Na época preferia-se o vinho doce. Os romanos colhiam as uvas o mais tarde possível, ou então colhiam-nas ainda verdes e deixavam-nas ao sol para secar e concentrar o açúcar. O processo romano de envelhecimento era semelhante ao que temos hoje, contrariamente aos gregos, que armazenavam a bebida em ânforas. O vinho era guardado em barris de madeira, de forma a aprimorar o sabor do vinho.

Ao lado do Império, o vinho atingiu o apogeu nos séculos I e II, mas no momento do declínio do império, o vinho já não fazia parte de Roma, era maior e assumira vida própria, passando todas as fronteiras.

De qualquer modo, depois da queda de Roma a produção do vinho sofreu um grande retrocesso. Deixou de ser envelhecido em barris de madeira, de maneira que o seu consumo tinha que ser imediato, perdendo-se a fineza dos vinhos antigos. A vinicultura somente voltaria a ser beneficiada com o surgimento de um grande poder religioso: a Igreja Católica.
[...]

Saudações dionisíacas e ATMeenses*

7 comentários:

Nemesis disse...

Simplesmente para dar os parabéns por esta trilogia de posts! Já relembrei e aprendi muita informação!

Apesar de não ter vindo a deixar comentários, continuo a visitar o blog!

Bjokas

Antero Almeida disse...

Quem não bebia um vinhinho agora?Eu alinhava já!Mais um belo episódio do nascimento de algo tão maravilhoso e q nós adoramos.
Pessoalmente. tb estou empenhado em passar dos 3 comentários ao brilhante post da nossa comparssa que tanto se dedica a ele...
Saudações ATMeenses

Mohammed Saeed Al Sahaf disse...

Infelizmente é triste que tão poucos em tantos participem no blog. Já me queixei duas vezes de nada serviu. As pessoas continuam a dizer que não têm tempo!!!! Actualmente só os nossos esforços mantêm vivo o BLOGUE. Lamento tamanha falta de consideração. Começo a pensar que das duas uma: Ou o pessoal não gosta de ler ou então (RISOS) não têm opiniões...

Saudações ATMeenses

Mohammed Saeed Al Sahaf disse...

Bolas, A Igreja Católica foi responsável pela ressurreição da vinicultura?!
Nunca pensei que esses fulanos tivessem utilidade em alguma coisa.
Aguardo ansiosamente pela continuação...

Saudações ATMeenses

Ariadne disse...

Meus caros, muito obrigada pelos comentários!!!

Fiz este "mega" artigo com um enorme prazer. Compreendo que, de certa forma, seja complicado para alguns ler artigos compridos, por isso decidi reparti-lo e publicá-lo por partes... Tem prendido na mesma poucos leitores, é verdade, mas é mais importante que os poucos que acompanham tenham apreciado bastante...

Fazer comentários aos posts de aniversários é mais rápido, porque basta dar os parabéns, nem sequer é preciso ler o texto... Enfim... é preguicite aguda, não é falta de tempo... Todos arranjamos um bocadinho de tempo quando queremos...

Todavia, vale mais sermos poucos e bons... Vamos continuar a escrever mesmo que continuemos tão poucos... Na hora de fazer o brinde com um cálice de vinho, estaremos muitos mais... E isso é que importa!!

Bebam como se não houvesse amanhã!!

Saudações dionisíacas e ATMeenses*

Nemesis disse...

Sem dúvida o teu trabalho de pesquisa sobre o tema tem de ser prestigiado!
Fico a espera do 4º capitulo! ;) Por mim podes publicar posts granditos, é sempre bom ler outra coisa que não sejam artigos científicos... :P

Acho que nem pela ressurreição da vinicultura vejo a Igreja Católica com outros olhos… se eles não o tivessem feito, acredito que de algum modo alguém acabaria por o fazer!

Bjokas

Davidoff disse...

O ATM teria sido bastante feliz nas tabernas romanas seguramente! e o comparsa mohammed teria feito fortunas a vender o seu vinho doce!!

frança- lar do vinho?? só se fosse pq na altura já lá havia alguns 50 mil portugueses emigrantes q seleccionavam rigorosamente os melhores néctares!